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Estranho Ser

Os teus olhos de criança amendrontada    

Percorrendo os caminhos do viver

Serão teu guia para a eternidade

Atormentando sempre, o teu frágil ser.


Mesmo em forma de um simples feto

Já se notava o trauma que trazias

Porque a um simples contato do teu pai

Dentro do ventre de tua mãe sumiam.


O carinho que de fora te faziam

Num gesto puro de ofertar amor

Recuavas, como a proteger-te

Sentindo asco ou talvez pavor.


Meses de aflição foram passados

Confundindo-se com o desejo de te ver

Enfim chegaste, em perfeito estado

Como teus pais julgavam merecer.


Bonita talvez não fosses tanto

Mas as formas perfeitas se notavam

E embora te julgassem muito bela

Algo estranho aos teus olhos se agitavam.


Fostes crescendo, sempre com recusas

Das coisas boas que o mundo oferecia

E tua infância apesar de livre

Te dava tudo menos alegria.


Embora vivas com todo o carinho

Não possuis traços que deverias ter

Modificando todo seu semblante

E transformando num estranho ser.


Gilzelyne Ayres da Silva

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