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Mostrando postagens de 2013

O sentido do Natal

É Natal, as lojas se enfeitam As pessoas se ajeitam Tudo para comemorar O Natal que está para chegar. É pisca-pisca e sino Cantigas de Natal, bonito hino Papai noel, sonho de toda criança O Natal nos traz esperança. 25 de dezembro e nem todos podem ganhar presentes. Milhares de famílias sofrem com seus filhos ausentes. O nascimento de Jesus devemos celebrar E mostrar ao mundo que o importante é amar. Irlanda Benevides de Souza Fonte: http://www.mundojovem.com.br/poesias-poemas/natal/o-sentido-do-natal

Algemas

Há muito tempo atrás Um poeta desapareceu Com uma poesia realista Do mundo em que viveu Viveu na Itália E nas duas Alemanhas Foi um eremita Escrever nas montanhas Ao voltar ao seu país Sofrem forte agressão Arrancaram-lhe os dentes Cortaram-lhe a mão Mas o poeta não parou Não parou de falar E a vida em que viveu Continuou a empregar Resolveram matá-lo Mas o poeta não fugiu E depois de pensar Voltou para o Brasil. Desta vez o acertaram E o poeta ficou mudo, Mas não parou de empregar A vida real deste mundo Sem dentes, com uma mão só Surdo e mudo ao mesmo tempo Que ao mundo abalou: Você matam o sonho, Mas não matam o sonhador. Geraldo Alverga

Dia de Ação de Graças

Graças, mil graças! É tão bom agradecer ao Deus de amor Pelas estrelas no firmamento em seu fulgor, Bordando o céu, depois do ocaso, Desaparecendo ao amanhecer De um novo dia promissor. O despertar com o canto do sabiá, Raios de sol colorindo flores mil, A passarada muito alegre a cantar, Sobrevoando o vasto céu de anil. O orvalho que refresca a noite quente, A chuva mansa caindo sobre a terra, Fazendo brotar toda semente, Enchendo os rios que nascem lá na serra. Os oceanos que guardam mil segredos, Seus habitantes, sua diversidade, Homens valentes, que, vencendo o medo, Os enfrentam na maior facilidade. O ar que respiramos, e o vento Que ajuda o barco em alto mar, Astros que circundam o firmamento, Os frutos que a boa terra nos dá. A energia do nosso corpo, apesar do tempo, Nos ameaça com os males que advêm. A restauração das enfermidades que teimam Trazer-nos sofrimentos, angústias e desdém. Mas sabemos pela imensa graça: Recebemos tudo sem nada mere

A Arca de Noé

Sete em cores, de repente O arco-íris se desata Na água límpida e contente Do ribeirinho da mata. O sol, ao véu transparente Da chuva de ouro e de prata Resplandece resplendente No céu, no chão, na cascata. E abre-se a porta da Arca De par em par: surgem francas A alegria e as barbas brancas Do prudente patriarca Noé, o inventor da uva E que, por justo e temente Jeová, clementemente Salvou da praga da chuva. Tão verde se alteia a serra Pelas planuras vizinhas Que diz Noé: "Boa terra Para plantar minhas vinhas!" E sai levando a família A ver; enquanto, em bonança Colorida maravilha Brilha o arco da aliança. Ora vai, na porta aberta De repente, vacilante Surge lenta, longa e incerta Uma tromba de elefante. E logo após, no buraco De uma janela, aparece Uma cara de macaco Que espia e desaparece. Enquanto, entre as altas vigas Das janelinhas do sótão Duas girafas amigas De fora as cabeças botam. Grita uma arara, e se escuta De dentro um miado e um zurro Late um cachorro em disputa

Criança

A mais pura inocência Seu mundo é pequeno Protegida por todos Assim nasce uma criança Cresce com olhares de amor Sofre também quando tem dor Adormece com música de ninar Tem mãe, tem colo para alimentar Traz sempre alegria à família Começa um pequeno ser Se transforma com o tempo Aprende com facilidade Devemos cuidar todo dia Jamais vir a desprezar Todas elas são sementes Nossa missão é cultivar Crianças indefesas que sofrem Falta família, aconchego Nunca pediram para nascer Mas têm os desafios pela frente... Maria de Fátima Lúcia Santana Fonte:   http://www.mundojovem.com.br/poesias-poemas/crianca/crianca

Andarilhos, viajantes sem destino

Andar pelas estradas do Brasil sem destino, Essa é a realidade de tantos brasileiros Dormindo em praças, rodoviárias, peregrinos; Passando fome, frio, perigos, sem dinheiro. São invisíveis para os nossos governantes, Perigos nas estradas, chuvas, sol escaldante. Bebidas, devaneios, solidão, companheiras; Os pés calejados, pele castigada, olheiras. Quantas histórias por trás dessas vidas, São seres humanos, como você e eu. Ignorá-los, temê-los, pessoas tão sofridas. Amigos, emprego, família, tudo se perdeu. Alguns levam consigo a esperança, Um dia a sua vida ainda vai melhorar, Enquanto isso com garra e confiança, Pelas estradas continuam a caminhar. Seguem sobrevivendo nos caminhos da vida, Aceitam passivos os seus destinos cruéis; Recebendo doações, roupas e comida, Seguem desempenhando seus papéis. Rosalina Lopes Pires Fialho

Joana D'arc

Firme na sela do ginete arfante, Da corte na vanguarda, ei-la às hostis Trincheiras que galopa, delirante, Fronte serena e coração feliz. Sob os anéis metálicos do guante, Os dedos adivinham-se viris, Que sustêm o estandarte palpitante, Onde esplende a dourada flor-de-lis. Rica de sonhos, crença e mocidade, A donzela de Orléans, no seu tresvário, De mística, na indômita carreira Sorri. Nenhum tremor a alma lhe invade! E, entanto, o olhar audaz e visionário Já tem clarões sinistros de fogueira!… Cecília Meireles (do livro “Espectros”, 1919)

Canção do dia de sempre

Tão bom viver dia a dia... A vida assim, jamais cansa... Viver tão só de momentos Como estas nuvens no céu... E só ganhar, toda a vida, Inexperiência... esperança... E a rosa louca dos ventos Presa à copa do chapéu. Nunca dês um nome a um rio: Sempre é outro rio a passar. Nada jamais continua, Tudo vai recomeçar! E sem nenhuma lembrança Das outras vezes perdidas, Atiro a rosa do sonho Nas tuas mãos distraídas... Mário Quintana

Li um dia, não sei onde

Li um dia, não sei onde, Que em todos os namorados Uns amam muito, e os outros Contentam-se em ser amados. Fico a cismar pensativa Neste mistério encantado... Diga prá mim: de nós dois Quem ama e quem é amado?... Florbela Espanca

O Amor

O amor, quando se revela, Não se sabe revelar. Sabe bem olhar p'ra ela, Mas não lhe sabe falar. Quem quer dizer o que sente Não sabe o que há de *dizer. Fala: parece que mente Cala: parece esquecer Ah, mas se ela adivinhasse, Se pudesse ouvir o olhar, E se um olhar lhe bastasse Pr'a saber que a estão a amar! Mas quem sente muito, cala; Quem quer dizer quanto sente Fica sem alma nem fala, Fica só, inteiramente! Mas se isto puder contar-lhe O que não lhe ouso contar, Já não terei que falar-lhe Porque lhe estou a falar.. Fernando Pessoa

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história. Carlos Drummond de Andrade

Versos a um ébrio

Sem despedir-se sumiu O ébrio da madrugada Embaixo de uma marquise Morrera sem dizer nada Foram cruéis os seus dias Vida curta e malfadada. Suspiro de um coração Imitando as folhas mortas Tropeçando fracassado Batia sempre nas portas Roupa suja, voz cansada Mancha de lama nas costas. Dormia em qualquer lugar No calçamento das ruas O braço seu travesseiro Suas pernas semi nuas A calça toda em pedaços Como bandeira nas ruas. Seu sangue corria forte Nas minhas veias irmãs Eu o queria assim mesmo Fui uma das suas fãs Batia na minha porta Tombando todas as manhãs. Dos ébrios da meia-noite Foi a ele quem mais amei Porque era meu irmão Eu nunca o desprezei No seu túmulo uma cruz E um retrato coloquei. Foi jovem muito elegante Lindo de olhos azuis Sempre amou a poesia Um mundo cheio de luz Criou na imaginação E o vinho deu-lhe uma cruz. A vida é um metal Que o vinho não lubrifica Quem bebe não é seguro A vida sempre ele arrisca Hoje ele tomba a sor

Fim do século XX

A obra-prima da ciência, gerou poluição. Petroleiros enegrecendo os mares, Supermáquinas decompondo a canção, Inseticidas envenenando os pulmões. Olhem para os céus! Urubus povoam a terra, Como canibais travam a batalha final, Contra o tempo um minuto fatal, Não restam nada e tudo se encerra. Pela manhã, nenhuma flor jamais sorri. Envenenado o orvalho a desbotou. Para cuidá-la não tem o beija-flor. E sem fazer mal as abelhas vão dormir. É como se fosse a Guernica de Picasso, De Salvador Dali, premonição civil, O último cálculo matemático do compasso, E na história o último míssil que explodiu. Elias dos Santos

Metamoforse

No silêncio nascem as flores Como nasceu a poesia de Cervantes E a Divina Comédia de Dante Representada por seus grandes atores. No casulo, a metamoforse explode E a policrônica voa a borboleta, O beija-flor vem beijar a violeta E um planeta no Universo implode. De repente mil cores pintam o céu E a lua viçosa puxa e véu O vento frio passeia pelo chão. Um vulcão extinto abre a cratera E começa a expulsar toda a matéria E suas larvas entram em erupção. Elias dos Santos

Saudade

Tenho saudades de alguém Que vivia a sonhar, E igualmente a mim, Sabia a natureza contemplar. Tenho saudades de alguém Que tão cedo partiu, Mas que da minha lembrança, Sua imagem nunca saiu. Tenho saudades de alguém Que no papel a riscar, Escreveu palavras bonitas Fez versos a rimar. Tenho saudades de alguém Que lembro com emoção, E que sendo poeta Guardo seu nome no coração. Denise Fonseca