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Meninos de Rua

Meninos,
Menino de rua
que vive a vagar,
vejo no teu rosto
grande desgosto
e lágrimas a rolar.

Não conheceste teu pai,
aquele tal,
que junto com Maria;
te fez um dia
num quanto qualquer.

Eu sei, que o motivo é esse,
porque tu vives triste,
sempre a chorar,
e vai cruzando as avenidas,
tristes desta vida,
que ninguém passou,
com os teus passo lentos,
com teus olhos fundos,
de tanto chorar...

Mas, quem sabe um dia,
e amante de Maria,
tu possas encontrar?

Numa das avenidas,
tristes desta vida,
também a chorar,
com os teus passos lentos,
com os teus olhos fundos,
triste a chorar.

Antônio Fernandes

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