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Solidão de Espírito

No ar dilacerante grito da revolta
Das árvores estraçalhadas e dos rios envenenados
Até a cachoeira secular está morta
A águia, o Mico-Leão Dourado...tudo acabado...

Em nome do progresso fizeram (e fazem) tudo isto
Um progresso árido...Cadê pela natureza o respeito?
O holocausto de fauna e da flora está visto
E voltar atrás já está ficando tarde, quase sem jeito.

Então, pelo amor de Deus, parem as máquinas,
Os machados, enfim, as serras elétricas!
E reflitam sobre estas cenas tétricas...
Sem esses animais, sem essa Natureza...
O homem, o pobre e miserável homem,
Também perece numa solidão de espírito, que o consome.

José André Filho

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