Meu pequeno amigo Era tão divertido Brincávamos juntos Observando estrelas Éramos inocentes Talvez inteligentes Mas nunca deixamos De fazer as brincadeiras Te vejo da janela Olhando o pôr-do-sol Te vejo no horizonte Entre o céu, o mar e o farol Meu pequeno amigo Tinha tantos sonhos Voar no infinito Onde tudo mora longe O tempo está passando O mundo está mudando E agora estou sentindo A sua falta hoje Ver o desconhecido De um mundo curioso Queria uma aventura Porque a vida continua Mas algum dia acaba Toda essa loucura Por culpa de um balão Sua vida foi embora E agora penso em você Me lembro de você Com carinho e saudade...adeus!
Escrevi essa poesia no início do ano passado, lembrando de um amigo de infância que faleceu 20 anos antes. Eu tinha 10 anos e nós dois tínhamos feito a 4ª série juntos. Quando chegamos na 5ª série, uma semana após começar as aulas, soube da tragédia com ele! Aquela seria a primeira vez que eu sentia um grande vazio quando uma pessoa tão querida e tão próxima de mim ia embora de um jeito inesperado e por um motivo aparentemente bobo, porém verídico. Se aproximou de um balão preso na corrente elétrica e morreu eletrocutado. Triste isso, mas essas coisas podem acontecer quando se menos se espera!
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Meus versos são o escuro, Iguais o livro de um muro, São ilusões de um futuro Que a gente vive a sonhar; Imitar padres n'aldeia Embalados na colcheia Das cantinas do mar. Meus versos são uma Ermida Que o povo fê-la esquecida; São como a terra ebulida No desprender do normaço, Flores sem nenhum perfume, Amor que não tem ciúme, Ou como o brando queirume Se desfazendo no espaço. Meus versos são caracóis Calcimados pelos sóis, Ou como alguns rouxinóis Vagando errantes sem ninho, São uivados de raposa, Tristes como mariposas, Irmãos gêmeos da esposa, Que não possui mais carinho. São iguais vinhas sem uva, Sentimento de viúva Ou simples gotas de chuva Desfeitas num chapadão; São casebres desprezados, Corujões amedrontados Ou recrutas isolados Das ordens do batalhão. Meus versos são como escadas Pelos recantos quebradas, São meretrizes magoadas Lembrando o véu virginal; São cidades sem ter luz E cemitérios sem cruz, Ou a lágrima que traduz Um ato sentimental. São como dor que...
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